Na última quinta-feira peguei a estrada rumo a Curitiba/PR, lembrando que moro em uma pequena cidade catarinense chamada Pomerode, do ladinho de Blumenau. A intenção era participar da tarde de autógrafos dos livros ‘Independência ou Mortos’ e ‘Branca dos Mortos’, ambos lançamentos da Nerdbooks, editora criada para lançamentos de livros exclusivos do site Jovem Nerd. Se você não conhece o site, perdeu o trabalho mais original, profissional, lucrativo e evangelizador que a internet brasileira já foi capaz de criar. Não estou exagerando de dizer que o Jovem Nerd se tornou o melhor case da internet nacional e me arrisco a dizer da internet mundial também.
Começaram como blog, adicionaram um podcast, incrementaram com o webisode NerdOffice e fecharam o pacote com o NerdPlayer e a agregação da galera do MRG (Matando Robôs Gigantes), outro podcast de muito sucesso. Para ser um pacote completo, só mesmo com um vlog de maquiagem da Sra. Jovem Nerd e da Portuguesa. Eles já eram famosos quando trouxeram Anderson Gaveta, amigo das antigas, até então editor da respeitadíssima produtora carioca Seagulls Fly, para trabalhar integralmente no projeto e elevar o nível de desenvolvimento dos programas em vídeo.
Feita as devidas apresentações, fui a Curitiba conhecer pessoalmente esta galera que eu acompanho há algum tempo. Não sou um fã dos primórdios, infelizmente, mas sou um admirador fiel. Meu interesse pelo site começou de forma muito interessante, após ouvir o Nerdcast de Natal de 2010, quando o brilhante Guilherme Briggs narrou o programa dublando os personagens Grinch e o famigerado Scrooge. Foi identificação à primeira vista. Ironicamente o mais divertido de tudo foi ouvir a frase ‘Recados da Paróquia’, que automaticamente lembrou minha infância e o momento que eu mais gostava ao ir para a igreja, já que a frase ‘Vamos aos recados da paróquia’ determinava que a cerimônia tinha, enfim, acabado. Quando ouvi esta frase, a lâmpada da genialidade acendeu: tem coisa boa aí. Como todos que ficam fãs do site, sai ouvindo todos os programas anteriores. Hoje em pordcasts já são 346 episódios até o momento.
Eu já imaginava que o público seria grande na tarde de autógrafos, mas ainda assim vale a brincadeira com a imagem que foi publicada no site anunciando o evento:
Após me espantar com a quantidade de pessoas e me irritar um pouco com a permanência dos que não arredavam o pé mesmo após receberem seus autógrafos, fiquei surpreso com a gentileza de várias pessoas. Tirando alguns seres estranhos, encontrei várias pessoas educadas e solidárias. Quando cheguei, após uma hora de início do evento, os autógrafos ainda estavam na senha 40. A minha? 210. Mesmo ficando para trás na fila, quando chegou minha vez, me deixaram passar na maior gentileza. Participar de um evento nerd tem suas vantagens. Se fosse um show de rock, acredito que a resposta seria mais contundente.
Minha mais grata surpresa foi com a simpatia, paciência e extrema gentileza das esposas de nossos queridos Azaghâl e Jovem Nerd, Portuguesa e Sra. Jovem Nerd respectivamente. Mal chegaram ao evento e já foram paradas no meio do caminho. Começaram a autografar os livros em pé mesmo, em meio a vários fãs sedentos por atenção. Mesmo diante do assédio continuaram a manter o bom humor. Falei com o Almôndega, filho da Portuguesa, que por alguns instantes era apenas mais um na multidão, até que descobriram sua identidade. O Sr. Gaveta eu desisti de conversar, cercaram ele e dali ninguém arredava o pé. Ele só conseguiu respirar quando o chamaram para gravar algumas cenas para o próximo NerdOffice. O que ajudou a aliviar um pouco da pressão em cima da mesa de autógrafos com Allotoni, Azaghâl, Fabio Yabu e Harald. Novamente fiquei feliz com a simpatia de todos, Abu Fobiya, heterônimo dark do talentosíssimo e doce Fabio Yabu, que logo perguntou meu nome para dar o seu autógrafo. Jovem Nerd me reconheceu do email lido no podcast que antecedeu o evento, quando avisei que iria até Curitiba para que o Azaghâl me desbloqueasse no Twitter. Harald não falou nada, mas não precisava, seu talento basta. E o Azaghâl infelizmente não engana. Toda a tentativa de criar a imagem do escrotizador, troll ou pedante/mal educado, se desfaz diante da visível personalidade de um cara gentil por natureza. Mas entendo o personagem que funciona como antagonia do Alottoni/Jovem Nerd que escancara a benevolência.
O que pude constatar, mesmo que por muitas vezes uma inveja tenha me feito refém, é que eles estão no lugar que mereceram estar e todas as conquistas do mundo para eles será sempre justa e coerente. Se cercaram de gente do bem. Valeu a pena, valeu a viagem e valeu a experiência. Certamente estarei em outras oportunidades.